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Saiba Mais
-Escrito por Betty Schoenfeld Smith
[Traduzido por Ruth Julieta]

Meu pai nasceu na Hungria. Ele veio para a América quando tinha vinte anos de idade. Minha mãe nasceu na Polônia e era apenas uma criança quando chegou neste país. Ambos vieram de rígidas famílias judaica-ortodoxas. Eles se conheceram, casaram e tiveram três filhas. Meu pai era o caráter dominante em nossas vidas. No decorrer dos anos ele formou rígida opinião sobre os papéis dos homens e das mulheres. Ele era nosso protetor, nosso provedor e nossa autoridade.

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Nosso pai também era profundamente religioso. Ele aderiu à interpretação ortodoxa da Lei. Suas leis para o lar eram consistentes com o seu entendimento da Lei de D-us e os costumes europeus. Como resultado disso, havia limites rígidos sobre onde deveríamos nos comportar e pensar.

Enquanto meu pai era reservado e ponderado, minha mãe era calorosa e de fácil convivência. Embora ela fosse submissa às regras e expectativas de seu marido, ela também era nosso socorro para as restrições. Eu fui criada dentro deste núcleo de restrições e afeto. Éramos uma família unida, reservada, viva e feliz em Charleston, Oeste da Virgínia. Freqüentávamos uma sinagoga às noites de sextas-feiras e sempre íamos às Festas e datas comemorativas. Eu e minhas irmãs íamos à Escola Bíblica aos domingos.

Em Charleston, Oeste da Virgínia, eu aprendi, antes de qualquer coisa, que só nos era permitido nos associarmos com outros judeus. Bem cedo eu comecei a questionar o porquê. Tínhamos vizinhos que não eram judeus. Éramos assim tão diferentes só porque eles criam em Yeshua e nós não?

Quando eu tinha onze anos mudamos para Pittsburgh na Pensilvânia. Meu pai adquiriu um prédio num bairro italiano. Havia um apartamento no andar de cima e morávamos lá enquanto nossa casa estava sendo preparada. Não havia judeus naquele bairro e encontrei muitas pessoas “diferentes”. Meu pai ainda queria nos manter afastados dos não judeus. Mas, como não havia judeus naquela vizinhança, meus conhecidos e amigos eram italianos. Quando alguns se tornaram meus melhores amigos, minha rebeldia contra os desejos dos meus pais tornou-se visível.

Meu pai era zeloso em nos ensinar sua teologia. Ele lia as bênçãos e as maldições para nós. Ele nos convenceu que D-us iria nos punir pelos nossos erros. Ele nos levava fielmente aos serviços religiosos, os quais nunca compreendi, e nos assegurou sobre nossa salvação em D-us baseada em nossa judaicidade.

Quando fiquei um pouco mais velha, minha religião e as pressões de minha família tornaram-se mais pesadas. Eu gostava da vida que eu via ao meu redor e fui atraída para a “liberdade” fora de nossa casa. Eu me ressentia por ter sido destinada a uma vida especial, sob o domínio da mão e da Lei de um D-us furioso. Eu queria liberdade! Eu e meu pai não tínhamos a mesma maneira de pensar. Isto o amedrontava. Ele me via escapando. Quanto mais que ele tentava me segurar, mais eu tentava escapar.

O ESCAPE

Quando eu tinha quatorze anos de idade conheci um jovem italiano e me apaixonei por ele! Pensei que todos os meus problemas estariam resolvidos se eu pudesse fugir com ele. Ele tentou me convencer de que seria uma loucura nos casarmos. Mas, depois de nos encontrarmos às escondidas por um ano, finalmente o persuadi a nos casar. Meus pais sentiram-se ultrajados. Eles tentaram arduamente me convencer a abandonar meu marido e voltar para casa. Eu era muito teimosa e estava determinada a fazer este casamento funcionar e escolhi permanecer com meu marido em vez de retornar para a fúria do meu pai.

Frank, meu marido, tornou-se meu santuário e minha salvação, uma vez que o meu próprio pai havia me repudiado. Eu acreditava que o meu pai celeste também havia virado as costas para mim. Frank era o meu deus. Tivemos quatro filhos: três meninos e uma menina. Educamos nossos filhos e filha na fé católica de Frank. Nunca tomei em consideração criar meus filhos como judeus. Aquela maneira de viver só me trouxe lembranças mais amargas. Meu pai tinha inculcado em mim que eu queimaria no inferno pelo que havia feito. Achei que no Catolicismo meus filhos ficariam fora da fúria de D-us, livres das restrições e responsabilidades do Judaísmo. Mas, eu era uma judia! Pedi a meu marido que ele orasse ao D-us de Abraão pedindo misericórdia para mim!

Minha vida era meu marido e meus filhos. Eu vivia e respirava com eles e para eles. Porém, experimentei uma ansiedade atormentadora sobre D-us. Havia rompido o acordo de D-us com o Seu povo. O que eu podia fazer agora para abrandá-lO? Primeiramente decidi permanecer judia. Não iria negar o D-us dos judeus convertendo-me a outra religião. Então, ocupei-me em fazer boas obras. Como eu desejava ser perdoada!

DESASTRE

A vida era rotineira. Frank era financeiramente bem sucedido. Morávamos numa bela casa em um bom bairro. Os filhos eram ótimos.

Nossos amigos eram agradáveis. Mesmo assim, em algum lugar fora da nossa vida rotineira, depois de vinte e três anos de casados, Frank quis a separação. Fiquei chocada! Frank era mais do que meu marido, ele era meu salvador, minha esperança, minha força e segurança. Agora, ele havia partido. Havia terminado! Sentia-me rejeitada e abandonada, totalmente só e vazia.

Um acontecimento perturbador parece, às vezes, que vem logo depois de outro. Nosso filho mais novo tornou-se viciado, preso por um padrão resistente de uso de drogas. Ele estava encrencado física e legalmente. Comecei a temer ligações telefônicas. Estaria meu filho doente, morto ou na cadeia? Eu estava atordoada! Vida e confusão eram sinônimos.

NOVO CASAMENTO

Meu consolo, nesta época, foi um homem chamado Bruce. Eu o conheci por meio de alguns amigos e logo nos tornamos amigos. Dois meses depois do meu divórcio com Frank, eu e Bruce nos casamos. Minha motivação para o casamento estava misturada. Parte dela era o rancor contra Frank, mas Bruce era encorajador e bom. Ele me oferecia segurança. Mas havia alguns problemas. Logo após nosso casamento, Bruce foi transferido para Columbus, no estado de Ohio. Recusei-me a segui-lo. Um ano depois eu cedi e mudei-me com minha filha para Columbus. Depois de apenas seis semanas em Colúmbia eu sentia tantas saudades de Pittsburgh que eu e minha filha deixamos Bruce e nos mudamos de volta para lá. Estava só novamente. Estava confusa quando aconteceu um "pesadelo". Meu filho foi preso. Seu vício havia piorado e ele havia infringido a lei para mantê-lo.

O mundo cavou um buraco à minha volta. Eu estava quase perdendo o juízo, encurralada, sem nenhum lugar para onde ir. Não sabia mais como poderia ajudar meu filho, nem o que fazer com o meu próprio casamento. Eram tantos os problemas! Não havia solução.

SALVAÇÃO

Em 5 de abril de 1977, uma amiga me telefonou para me falar de Yeshua. Ela me falou que Ele era Filho de D-us – que me amava e havia morrido por mim. Eu fiquei ouvindo. Não tinha nenhuma fonte de esperança. Quando desligamos, sentei e falei com D-us. Falei que eu não acreditava em Yeshua, ou que D-us e Yeshua nem mesmo estavam relacionados. Pedi a D-us para resgatar meu filho. Se Ele pudesse fazer isto, então eu iria crer em Yeshua como Seu Filho. Se Ele ajudasse meu filho eu O serviria e testemunharia sobre Seu Filho pelo resto da minha vida.

Mas, eu era judia – repeti para mim mesma – minha judaicidade não seria suficiente para trazer salvação em vez da interpretação cristã de D-us? Naquela manhã eu queria mesmo acreditar. Desejava ter esperança no Messias. Mas, não poderia negar a fé em Abraão. D-us fez algo estranho, Ele me acalmou. Ele me fez saber que estava tudo bem se eu permanecesse judia e aceitasse Yeshua como Senhor. Dei minha vida a Ele naquela manhã.

Meu filho, em vez de ir para a cadeia, foi solto pelo juiz. Ele procurou ajuda por causa do problema com a droga. Recebi a paz que pedi em minha mente. Durante anos eu não havia sentido tal tranqüilidade. Comecei a ler a Bíblia e a me apaixonar por Yeshua! Minha vida e família começaram a ficar em ordem. Um mês depois, após compartilhar sobre o Senhor com Bruce, ele também aceitou a Yeshua. D-us gentilmente nos levou, Bruce e eu de volta a Columbus.

RESTAURAÇÃO

Nós nos esforçamos muito. Os caminhos de D-us não são os nossos. Mas, Seus caminhos são bons e retos. Ele nos cobriu com amor ao experimentarmos o doloroso processo de mudança e conformidade com a Sua vontade. Também, para meu prazer, Ele nos levou para um lugar para louvarmos junto com outros judeus crentes. Eles sabiam o que D-us havia me revelado – não era inconsistente ou traição permanecermos judeus e aceitarmos a Yeshua como o Messias. Na verdade, Yeshua era judeu.

O Senhor abençoou-me grandemente. Ele nos deu, a Bruce e a mim, uma linda filha, Amy. Todos os meus outros filhos, com exceção de um, aceitaram a Yeshua como Senhor e Messias e também tive netos saudáveis e maravilhosos. No entanto, não estou imune a tragédias. Minha irmã e cunhado morreram num acidente de carro, deixando dois filhos. Brian, o mais novo, ficou conosco. D-us nos deu força e sabedoria para cria-lo no Senhor.

Quando olho para minha vida, penso em todos aqueles anos de busca, tentando encaixar os pedaços que não se encaixavam. Finalmente eu tinha paz e um amor imutável o qual sempre esperei que existisse em algum lugar. Posso testificar sobre a bondade de D-us e a misericordiosa mão do Seu Filho Yeshua, todos os dias da minha vida. Quando você receber a Yeshua, que morreu em seu lugar pelos seus pecados, você também proclamará que a Sua Graça é suficiente.