Pessach, celebrar ou não?

07/04/2020
Por Rosh Gilberto Branco

Tempo de leitura: minutos


Muitas pessoas que vieram do mundo evangélico para o messiânico enfrentam alguns dilemas, um deles é sobre a celebração das festas bíblicas, se é obrigatório ou não.

“Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o Senhor, vosso Deus.” Levítico 24:22

A partir do momento que algum gentio decide viver com os hebreus, passa a ter a mesma responsabilidade que o natural. Contudo, se não houver um compromisso de adesão, então não se aplica a lei.

Uma coisa importante a se levar em conta, é que se é para cumprir as ordenanças, a referência deve ser a Torá e não as tradições impostas pela interpretação humana dos ditos “sábios” que entendem as coisas com mente humana e não pela inspiração do Ruach Kodesh (Espírito Santo) e as impõe com uma falsa autoridade sobre a comunidade judaica.

 

Assim, o nosso compromisso é com Adonai, só a Ele devemos a nossa obediência. Desta forma, para os que estão comprometidos em viver uma vida messiânica, vamos a algumas considerações sobre o Pessach.

“No primeiro mês, aos quatorze dias do mês, é o Pessach do Eterno.” Números 28:16

Então temos uma data definida da primeira festa do calendário bíblico, 14 de Aviv ao pôr do sol.

“Aos quinze dias do mesmo mês, haverá festa; sete dias se comerão pães asmos.” Números 28:17

 

Independentemente do que se encontra nas informações do judaísmo tradicional, a Torá estabelece sete dias de celebração e não oito como se costuma encontrar na Internet. O judaísmo tradicional, estabelece uma série de costumes que não foram instituídos na Torá. Por exemplo, o Jejum do primogênito, onde diz que na véspera de Pessach, os primogênitos homens, após o Bar Mitzva, devem realizar um jejum de agradecimento por serem poupados da morte durante o dia que precede o início de Pessach. Porém, ainda dizem que para os mesmos serem poupados do jejum podem fazer um procedimento nas sinagogas chamado Siyum, e então não terão a obrigação do jejum. Mas, isso não passa de um costume talmúdico e não é mandamento da Torá. Portanto, tomem cuidado para não maquiar o verdadeiro significado do Pessach, com costumes e tradições não bíblicos.

 

Esta é uma celebração com muitas simbologias, a própria questão do porque se usam 3 folhas de Matzá no seder não tem uma explicação definitiva, alguns defendem que representam os 3 tipos de judeus (Israel, Levi, Cohen), outros dizem que representa os 3 patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó), outros falam sobre as 3 partes da Bíblia judaica (Torá, Neviim e Ketuvim). O mais curioso é a brachá (benção) recitada por eles no momento de partir a matzá do meio (a Aficoman):

Esta brachá tem ligação direta com um trecho fundamental da Bíblia: “Então Yeshua declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome.” João 6:35

 

Como messiânicos automaticamente nos vem ao coração a certeza da representação das 3 Matzot como sendo Hashem, Yeshua e Ruach háKodesh, logo Yeshua como a segunda Matzá é aquele que foi partido por nós:

 

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. [...]foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.”  Isaías 53:5-7

 

“E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.” 1 Coríntios 11:24

 

E então, foi separado da humanidade (Aficoman), e no fim retornará glorioso para reinar sobre a Terra, como uma saborosa sobremesa que trará do dulçor da vida Eterna com o nosso Senhor.

 

Outro aspecto importante que devemos levar em conta, é que a época do Pessach para os messiânicos tem outra associação importante, além da primária condição de memorial da saída do cativeiro do Egito, temos a lembrança suprema de que foi nessa época que Yeshua foi morto e ressuscitou e nos ordenou a celebrar tal evento “fazei isto em memória de mim.” 1 Coríntios 11:24.

 

Conforme o texto de Êxodo 12, cada família deve celebrar o Pessach em casa e se a família for pequena o vizinho (irmão messiânico) pode ser convidado. Porém vivemos dias excepcionais, e devemos ser prudentes em confraternizações com mais pessoas. Portanto, mesmo que esteja sozinho em seu lar, não deixe de comemorar esta data tão maravilhosa, e não deixe que o sentimento de isolamento, solidão, tome conta de seus corações. Celebre esta data com aquEle que é o nosso alvo de agradecimento e de nossa adoração. Deixe tudo de lado, e foque no nosso Senhor, redentor e salvador de nossas almas.

 

CHAG PESSACH SAMEACH! חג פסח שמח

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Rosh Gilberto Branco

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