3 folhas de matzah dispostas sobre superfície

Pessach

13/04/2022
Por Rosh Gilberto Branco

Tempo de leitura: minutos


A Páscoa é talvez a festa mais conhecida das citadas na Bíblia, seja por parte dos judeus, seja por parte dos cristãos, mas nem por isso é a melhor compreendida.

A proposta deste estudo é trazer um pouco mais de entendimento sobre o assunto.

 

Assim foi estabelecido para o povo de Israel;

"Os israelitas devem celebrar o Pessach na ocasião própria.

Celebrem-na no tempo determinado, ao pôr-do-sol do dia catorze deste mês, de acordo com todas as suas leis e ordenanças".

Então Moisés ordenou aos israelitas que celebrassem o Pessach, Números 9:2-4

 

Tudo começou quando o Eterno chamou um caldeu chamado Avram que morava na cidade chamada Ur na foz do rio Eufrates para ser o iniciador de uma nação que seria chamada de povo de Israel.

Avram foi o patriarca de um povo que habitou os altos da região chamada Canaã onde gerou seu filho Yitzhak, que gerou Yakov que gerou mais doze filhos. Avraham, como passou a ser chamado, recebeu a promessa de ser o pai de uma nação, mas ele não habitava uma cidade ou território próprio, era um nômade que peregrinava por muitos povos.

Quando Avram, aos noventa e nove anos, recebeu a promessa de ter um filho e ser o pai de uma nação, também teve o seu nome mudado para Avraham, e quando recebeu o filho gerado em sua mulher aos cem anos, viu o grande milagre que comprovou que toda promessa feita pelo Eterno se cumpre, mas ele foi duramente provado quando o seu filho, que já era crescido, foi exigido como oferta de holocausto para o Eterno.

Avraham foi aprovado como servo obediente quando obedecendo à ordem divina de sacrificá-lo foi impedido de mata-lo, pois quando ele disse a Yitzchak “Deus proverá para si mesmo o cordeiro para a oferta queimada, meu filho” houve realmente uma interferência no momento de desferir o golpe fatal e ele encontrou um carneiro enroscado pelo chifre em um arbusto que morreu no lugar do menino.

Encontramos aqui já uma indicação da forma como o Eterno planejou a nossa redenção através de Yeshua. Assim disse o anjo a Avraham;

Pela segunda vez o Anjo de Adonai chamou do céu a Avraham e disse: "Juro por mim mesmo", declara Adonai, "que por ter feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho, esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar. Sua descendência conquistará as cidades dos que lhe forem inimigos e, por meio dela, todos povos da terra serão abençoados, porque você me obedeceu". Gênesis 22:15-18

Confirmando o que foi dito no capítulo 12 de Gênesis, a grande bênção prometida a todos os povos será a vinda do Messias diretamente da sua descendência.

A despeito da promessa feita pelo Eterno ao patriarca, isso não significava que todos os seus descendentes iriam se pautar por confiar nessa promessa, e quando chegamos aos descendentes de Yakov, dos seus doze filhos apenas Yossef vivia a confiança no Deus que falou ao seu ancestral Avraham, os demais não viviam de uma forma exatamente exemplar.

Humanamente falando, a tendência de continuar um clã unido após a morte do seu patriarca parecia pouco provável, pois na vastidão dos territórios da terra, provavelmente cada um seguiria o seu caminho e não se cumpriria o pacto reiterado entre o Eterno e Yakov.

O nosso Criador é extremamente sábio e arquitetou um plano infalível para que todos permanecessem juntos, usando a vida de Yossef Ele fez com que toda a família de Yakov se deslocasse de Canaã e fosse para o Egito, mantendo-os isolados do restante da população no princípio, mas isso não permaneceu assim por muito tempo;

Ao todo, os descendentes de Jacó eram setenta; José, porém, já se encontrava no Egito.

Ora, morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração.

Os israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país. Êxodo 1:5-7

Aos poucos foram sendo assimilados casando-se com pessoas do Egito, lá existiam pessoas de todo o mundo conhecido, mas para evitar uma assimilação completa, que resultaria no fim da linhagem de Avraham, o Eterno permitiu que eles fossem discriminados e escravizados, isso os obrigou a manterem uma identidade permanente, coisa que seria difícil de acontecer se permanecessem em Canaã.

Quando chegou a hora, o Eterno preparou toda uma circunstância para tirar o seu povo, o povo que Ele moldou e preservou para aquele momento e então começou a agir a partir do nascimento de um menino que apareceu em uma condição que pareceria impossível que ele sobrevivesse, toda a atuação sobrenatural do Criador é percebida nesta história.

Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo, e ela engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, ela o escondeu por três meses.

Quando já não podia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de junco e o vedou com piche e betume. Colocou nele o menino e deixou o cesto entre os juncos, à margem do Nilo.

A irmã do menino ficou observando de longe para ver o que lhe aconteceria.

A filha do faraó descera ao Nilo para tomar banho. Enquanto isso as suas servas andavam pela margem do rio. Nisso viu o cesto entre os juncos e mandou sua criada apanhá-lo.

Ao abri-lo viu um bebê chorando. Ficou com pena dele e disse: "Este menino é dos hebreus".

Então a irmã do menino aproximou-se e perguntou à filha do faraó: "A senhora quer que eu vá chamar uma mulher dos hebreus para amamentar e criar o menino? "

"Quero", respondeu ela. E a moça foi chamar a mãe do menino.

Então a filha do faraó disse à mulher: "Leve este menino e amamente-o para mim, e eu lhe pagarei por isso". A mulher levou o menino e o amamentou. Êxodo 2:1-9

Em continuidade das ações do Eterno, o menino foi então adotado pela filha do faraó e lhe foi dado o nome de Moshé, nome que originalmente teve uma raiz egípcia significando apenas “filho”, mas depois hebraizado dando o sentido de “tirado das águas”.

Podemos notar que o hebraico não era a língua dos hebreus nessa época, portanto não poderia ter um nome hebraico ainda.

De um condenado à morte à posição de príncipe, foi um grande milagre!

O Eterno fez com que ele não perdesse sua identidade de hebreu e por fim essa identidade o fez ser excluído da sociedade egípcia e ficou quarenta anos distante da sua família e da terra onde nasceu, mas novamente foi necessário que isso ocorresse para que ele tivesse o fim do seu preparo para comandar o povo depois da saída do Egito.

 

É importante percebermos que o Eterno esteve todo o tempo acompanhando a estadia dos descentes de Israel fora da terra que lhe fora prometida, mesmo vendo tudo o que acontecia em termos de sofrimento, tudo estava dentro dos seus planos.

Muito tempo depois, morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão; e o seu clamor subiu até Deus. Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó.

Deus olhou para os israelitas e viu qual era a situação deles. Êxodo 2:23-25

Evidentemente o Eterno nunca se esqueceu dos hebreus, mas agora chegou a hora de agir para cumprir o seu plano, os descendentes de Israel já eram em grande número, estavam juntos e tinham uma identidade, mas era só o que tinham, não haviam líderes religiosos nem governantes próprios que organizadamente cuidassem de sua integridade, agora precisavam ser uma nação e aprenderem a conhecer o seu Deus.

Assim o Criador deu início ao resgate mostrando quem Ele era, tanto aos hebreus, como aos egípcios e ao mundo da época.

 

O primeiro passo foi revelar-se ao homem escolhido para liderar o povo, Moshé teve uma experiência sobrenatural quando o próprio Deus falou com ele em um lugar escolhido e isolado. Fundamentado nessa experiência ele seguiu de volta ao Egito e obedeceu a tudo o que lhe foi instruído.

 

Antes mesmo que alguma coisa acontecesse Moshé alertou o faraó e a sua corte sobre o que o Eterno pretendia que fosse feito, que todo o povo hebreu deveria ser liberto.

O Eterno já sabia todos os passos que iriam acontecer e qual seria a reação do rei.

Eu sei que o rei do Egito não os deixará sair, a não ser que uma poderosa mão o force.

Por isso estenderei a minha mão e ferirei os egípcios com todas as maravilhas que realizarei no meio deles. Depois disso ele os deixará sair. Êxodo 3:19,20

Moshé já estava cientificado de tudo, por isso não iria diante do rei no escuro, sem saber o que ocorreria.

Então o poder do Altíssimo tornou-se incontestável diante de Israel, pois as pragas não atingiam os hebreus, e diante do Egito, pois todas as pragas atingiam os egípcios de forma terrível, até que o pior atingiu o próprio faraó com a morte do seu filho e todos os primogênitos do seu reino desde os animais até os seus oficiais.

Depois disso os hebreus conseguiram autorização para sair e adorar o seu Deus, mas o Eterno não queria simplesmente que eles fossem e voltassem para tudo continuar como era, a ordem era sigam em frente, mas a despeito da vontade de todo o povo egípcio de que eles nunca mais voltassem por medo do Deus de Israel, o rei ordenou que o seu exército os trouxesse de volta, mas isso foi mais uma derrota que custou caro ao faraó ao perder todo o seu exército de um só golpe no Mar de Juncos.

Por fim, tanto os egípcios quanto o povo de Israel tinham motivos mais do que suficientes para saberem quem era esse Deus que fez coisas maravilhosas e incontestáveis.

Agora haviam motivos reais para que uma festa memorial fosse estabelecida e o próprio Eterno estabeleceu critérios para que fosse realizada.

O Senhor disse a Moisés: "Vá ao faraó, pois tornei obstinado o coração dele e o de seus conselheiros, a fim de realizar estes meus prodígios entre eles, para que você possa contar a seus filhos e netos como zombei dos egípcios e como realizei meus milagres entre eles. Assim vocês saberão que eu sou o Senhor". Êxodo 10:1,2

Hoje em dia os arqueólogos que fazem escavações no Egito desvendaram o passado dessa terra e descobriram quão poderosa foi essa nação e como eram arrogantes diante de outras nações, mas na presença do Rei dos reis a Torá mostra como o Eterno os humilhou.

 

Uma festa especial foi ordenada que se celebrasse;

"Consagre a mim todos os primogênitos. O primeiro filho israelita me pertence, não somente entre os homens, mas também entre os animais".

Então disse Moisés ao povo: "Comemorem esse dia em que vocês saíram do Egito, da terra da escravidão, porque o Senhor os tirou dali com mão poderosa. Não comam nada fermentado.

Neste dia do mês de Aviv vocês estão saindo.

Quando o Senhor os fizer entrar na terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus — terra que ele jurou aos seus antepassados que daria a vocês, terra onde manam leite e mel — vocês deverão celebrar esta cerimônia neste mesmo mês.

Durante sete dias comam pão sem fermento e, no sétimo dia façam uma festa ao Senhor.

Comam pão sem fermento durante os sete dias; não haja nada fermentado entre vocês, nem fermento algum dentro do seu território.

"Nesse dia cada um dirá a seu filho: Assim faço pelo que o Senhor fez por mim quando saí do Egito. Êxodo 13:2-8

 

Alguns detalhes são importantes pois foram estabelecidos pelo Eterno;

O animal escolhido será macho de um ano, sem defeito, e pode ser cordeiro ou cabrito.

Guardem-no até o décimo quarto dia do mês, quando toda a comunidade de Israel irá sacrificá-lo, ao pôr-do-sol. Êxodo 12:5,6

Naquela mesma noite comerão a carne assada no fogo, juntamente com ervas amargas e pão sem fermento. Êxodo 12:8

"Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo.

Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel. Êxodo 12:14,15

Esta é a celebração determinada pelo Eterno, nada mais e nada menos do que isto. Assim os israelitas celebraram durante séculos.

 

Com o passar do tempo, elementos foram adicionados à celebração e é a forma como encontramos hoje.

Israel esteve disperso entre as nações por muito tempo, elementos culturais externos foram introduzidos na cultura judaica de forma gradativa.

Muitas vezes as condições climáticas em alguns países dificultavam que certos elementos, que eram naturais em Israel, fossem encontrados na época da celebração do Pessach então alguns rabinos aceitaram que elementos fossem substituídos e simbolismos também foram acrescentados à celebração.

No interesse de valorizar a celebração e também para cumprir uma determinação de fazer com que as gerações seguintes mantivessem o valor e significado da festa, certos rituais acabaram sendo mantidos de forma tradicional ao cerimonial.

 

Então temos apenas três elementos indispensáveis à celebração;

1- O cordeiro

2- As ervas amargas

3- A matsá (pão asmo)

 

Nos tempos atuais a celebração segue um novo modelo que é definido na Hagadá (narração).

A Hagadá foi introduzida pelos membros da Grande Assembleia há quase 2500 anos, para cumprir o preceito bíblico “E anunciarás a teu filho naquele dia (a respeito do significado do Êxodo)” (Êxodo 13:8). A Hagadá é, em essência, um livro instrutivo, particularmente para os jovens e as crianças. Nela já estão introduzidos muitos acréscimos que não faziam parte da celebração original.

 

Hoje em dia usa-se um prato especial chamado de “keará”, não sabemos exatamente quando essa tradição foi introduzida, mas é bastante difundida. Nesse prato que pode ser de prata, porcelana ou qualquer outro material, normalmente estão impressas em relevo ou pintura os elementos atualmente componentes da celebração como é feita atualmente.

Nela encontramos;

 

1- Beytsá

O Beytsá é o ovo cozido ou assado, encontrado em muitos pratos do Seder, simboliza a vida e representa a oferta voluntária de paz Zevach Shelamim que era trazida todos os dias da Moad (hora marcada) durante a existência do Templo em Jerusalém após o cativeiro na Babilônia.

Não incluímos este item em nossos pratos porque não faz parte da história do Pessach.

Além disso, oferece referências a influências pagãs de quando Israel voltou do exílio babilônico.

É uma substituição do cordeiro e tem mais alguns significados aplicados na tradição, mas não faz parte original da festa.

 

2- Zeroá

O Zeroá é um osso tostado com carne. Interpretações para seu uso:

Se refere ao fato de Deus ter tirado os judeus do Egito com seu braço estendido, já que zeroá quer dizer antebraço;

É um símbolo da força dos escravos hebreus no Egito;

Representa o Korban Pessach (sacrifício de cordeiro oferecido na véspera de Pessach).

É o primeiro item ordenado pelo Eterno.

Curiosamente também usam um pescoço de galinha tostado, não tem muito sentido, mas sempre arranjam explicações para isso.

 

3- Maror/Chazeret

O Maror ou chazeret, são ervas amargas, como escarola e alface romana (os Ashkenazim utilizam a raiz forte - chrein).

Sendo amargas, elas simbolizam a amargura da escravidão dos hebreus no Egito.

Também podemos lembrar o tempo em que fomos escravos do pecado e como era amargo isso.

É o segundo item ordenado pelo Eterno.

 

4- Karpás

Pode ser salsinha ou salsão, que serão mergulhadas em água com sal. Interpretações para seu uso:

Representa as lágrimas dos hebreus escravos (por ser salgado);

Lembra o hissopo com o qual os hebreus pintaram os batentes de suas portas com sangue de cordeiro, antes da praga dos primogênitos;

Não é ordenado, mas serve de memorial.

Nos países europeus, onde o inverno não permite que haja ervas verdes, costuma-se usar cebola crua ou batata cozida.

 

5- Charósset

É uma mistura de maçã, pera, nozes e vinho tinto (ou nozes, amêndoas, tâmaras, canela e vinho). Lembra, na aparência, a argamassa usada pelos hebreus no Egito para fazer tijolos.

Não é ordenado, mas serve de memorial.

 

Matzá

Matzá é o pão ázimo.

É o terceiro item ordenado pelo Eterno.

Representa a pressa em sair do Egito ao não dar tempo para a fermentação da massa do pão.

Três delas são colocadas no centro da keará. Em alguns casos, não é colocada na keará, e sim no centro da mesa do seder.

Não se sabe desde quando essa tradição foi assimilada.

A interpretação atual é que simbolizam os três grupos judeus: Kohanim, Leviim e Israel.

Contudo, os messiânicos interpretam como sendo a formação divina do Aba, Ben e o Ruach.

Foi introduzida também a tradição de partir uma das folhas de matzá, geralmente a do meio (a que representa o Messias), e chama-la de afikoman, palavra de raiz grega que significa sobremesa. Também não faltam explicações tradicionais baseadas no talmude, mas nada que seja fundamentada na Torá.

Já os messiânicos podem ver nisso outro significado, pois Yeshua mesmo usou uma matzá explicou;

Enquanto comiam, Yeshua tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomem; isto é o meu corpo". Marcos 14:22

Ao partir a folha de matzá em duas, uma parte é envolvida em um guardanapo e escondida, devendo ser retornada no final da cerimônia, isso nos lembra que Yeshua foi morto para a nossa redenção e voltará para levar os salvos para o seu reino.

Existe uma divertida tradição que envolve as crianças nesta hora chamada Tsafun (escondido), o afikoman é escondido e ao final da cerimônia as crianças o procuram e aquela que encontrar receberá um presente, assim lembramos da alegria de quem encontra Yeshua e recebe o maior presente, a salvação e a vida eterna.

 

Usa-se colocar um recipiente com água salgada onde a salsa é mergulhada na hora do Karpás.

Uma explicação popular para o uso da água salgada na mesa do Seder relaciona este costume com as muitas lágrimas (salgadas) derramadas pelos israelitas durante os seus anos de escravidão no Egito.

 

Outra tradição que foi acrescentada ao seder é a de tomar quatro cálices de vinho durante a celebração.

Sabemos que o vinho não é citado na ordenança do Pessach em Êxodo, mas sempre fez parte das refeições judaicas e é visto como significando alegria.

A explicação mais popular estabelece que se tomam quatro taças de vinho porque a Bíblia usa quatro verbos diferentes para descrever o drama da redenção do cativeiro do Egito.

As quatro citações à redenção podem ser encontradas no Livro de Êxodo 6.6-7;

1.  E vos tirarei de baixo das cargas do Egito.

2.  E vos salvarei do seu serviço.

3.  E os redimirei com braço estendido, e com grandes juízos.

4.  E vos tomarei por meu povo.

Mas foi justamente em um momento que tomavam um cálice de vinho que Yeshua estabeleceu a celebração do Seudat Mashiach, quando associou a matsá com o seu corpo partido por nós e o vinho com o sangue da Nova Aliança vertido por nós. Não porque o vinho fizesse ou não parte do seder, mas porque seria uma alegre celebração da morte do Cordeiro de Deus que nos deu vida.

 

O principal momento do seder é a Hagadá, ou seja, a narrativa da história da saída do Egito.

E para que contes aos ouvidos de teus filhos, e dos filhos de teus filhos, as cousas que obrei no Egito, e os meus sinais, que tenho feito entre eles; para que saibais que eu sou o Senhor. Êxodo 10:2

 

Para os messiânicos o Pessach é uma festa muito especial, pois além de nos lembrarmos do grande livramento da servidão no Egito, também nos é dado saber que o cordeiro sacrificado antes da primeira celebração, quando o sangue do cordeiro foi passado nas vergas das portas das casas dos hebreus para livrar os primogênitos, nos remete ao sangue do Messias que foi derramado em um madeiro para livrar da morte todo aquele que crê no Filho de Deus.

 

O Pessach também está relacionado ao dia da morte do Messias, pois foi nessa época que os kohanim levaram Yeshua diante de Pôncio Pilatus para acusá-lo falsamente e enfim leva-lo à execução no Gólgota e houve todo o cumprimento das profecias sobre a sua morte e ressurreição.

Yeshua é o Cordeiro do Eterno, Ele foi morto e derramou o seu sangue para que a morte não tenha poder sobre nós, sendo Ele o cordeiro provido como oferta semelhantemente ao cordeiro enviado para tomar o lugar de Yitzchak. O Pessach é uma festa que está intimamente ligada à nossa salvação, seus elementos apontam para o Messias como o Redentor, o nosso Deus não faz nada sem sentido!

 

Celebremos com grande alegria!

Chag Pessach Sameach!

 

Escrito por

Rosh Gilberto Branco

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