Silhueta de dois camelos com duas pessoas em cima de cada camelo e uma pessoa a frente puxando o primeiro camelo

Os Patriarcas: Abraão

29/10/2022
Por Rosh Gilberto Branco

Tempo de leitura: minutos


Neste estudo falaremos sobre os patriarcas, os genitores do povo Hebreu.

O primeiro foi Abrão;

Esta é a história da família de Terá: Terá gerou Abrão, Naor e Harã. E Harã gerou Lót.

Harã morreu em Ur dos caldeus, sua terra natal, quando ainda vivia Terá, seu pai.

Tanto Abrão como Naor casaram-se. O nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca; esta era filha de Harã, pai de Milca e de Iscá. Gênesis 11:27-29

Abrão nasceu em uma família abastada na cidade de Ur na Caldeia.

Seu nome significa "pai elevado", "pai ilustre" ou “pai excelso”, ainda que não teve filhos por muitos anos. Casou-se com a sua meia-irmã Sarai, que era estéril.

Ur era uma cidade estado do povo sumério que ficava na foz do rio Eufrates no Golfo Pérsico.
Como vivia com a família junto com o pai Terá, mudou-se com ele para a região de Harã.

Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Gênesis 12:1

Até então não há registro de que Abrão tivesse tido qualquer experiência com o Deus Criador de todas as coisas.

Existem algumas estorinhas contadas culturalmente sobre a vida de Abrão que não tem nenhuma fundamentação histórica, são fantasiosas, e o pior de tudo, mentirosas. Se houvesse alguma verdade nelas estaria registrado na Torá.

Não existem registros da vida de Abrão fora da Torá, qualquer afirmação diferente disso será inverídica.


Josué descreve, em suas últimas palavras dirigidas ao povo de Israel, o que o Eterno disse a respeito de Abrão;

Josué disse a todo o povo: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Há muito tempo, os seus antepassados, inclusive Terá, pai de Abraão e de Naor, viviam além do Eufrates e prestavam culto a outros deuses. Josué 24:2

Pois é! Algumas pessoas não querem admitir isso, mas Abrão aprendeu a idolatria relacionada à religião caldeia durante toda a sua vida até os setenta e cinco anos, quando teve o seu primeiro encontro com o Eterno.


Os povos antigos haviam se desviado do Deus ensinado por Noé, e apenas algumas gerações depois já existiam muitos deuses nacionais adorados em nações distintas. Não era de se esperar que Abrão conhecesse o Deus verdadeiro por si mesmo em meio à cultura pagã instituída.


Estêvão relatou quando do seu interrogatório;

A isso ele respondeu: "Irmãos e pais, ouçam-me! O Deus glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia, antes de morar em Harã, e lhe disse:

Saia da sua terra e do meio dos seus parentes e vá para a terra que eu lhe mostrarei’. Atos 7:2,3

Notemos um detalhe interessante na ordem cronológica dos eventos:

1- Eles ainda estavam em Ur quando o Eterno falou com Abrão.

2- Depois disso o seu pai resolve sair com a família para Canaã. Nós não sabemos com precisão o que os motivou a saírem como uma família.

3- Durante o trajeto Terá resolveu se estabelecer em Harã.

4- Dali Abrão saiu com a sua mulher e o sobrinho Lot em direção a Canaã, porém sem uma localização precisa definida.


Abrão recebeu uma palavra muito especial logo após a ordem de sair da Mesopotâmia;

"Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.

Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados". Gênesis 12:2,3

Essa aliança unilateral que foi feita pelo Eterno foi cumprida integralmente e claramente de forma sobrenatural.

De um homem idoso e sua esposa além de idosa sabidamente estéril, ele teve uma descendência incontável e formou uma nação.

Depois de mais de três mil e quinhentos anos ainda falamos no seu nome com respeito. Ele foi uma bênção para o povo hebreu.

Durante os séculos os seus descendentes foram abençoados e amaldiçoados por diferentes povos, e todos experimentaram a reciprocidade por parte do Eterno.

Através da sua linhagem o Eterno mandou o Messias prometido como bênção para todas as nações.


Ao chegar ao seu destino Abrão teve uma nova revelação;

Abrão atravessou a terra até o lugar do Carvalho de Moré, em Siquém. Naquela época os cananeus habitavam essa terra.

O Senhor apareceu a Abrão e disse: "À sua descendência darei esta terra". Abrão construiu ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido. Gênesis 12:6,7

A experiência de vida dele com o Eterno ainda era incipiente, ele estava aprendendo quem era o seu verdadeiro Deus.

Muitas das suas ações ainda eram influenciadas pela religião que ele seguiu durante mais de sete décadas da sua vida, mas nem tudo foi descartado necessariamente, ele construiu um altar sem ainda ter recebido as instruções que viriam por um descendente seu, Moisés.

Abrão fez o altar como demonstração da gratidão pelas promessas que lhe foram feitas.


Seguiu mais a frente e fez novo altar;

Dali prosseguiu em direção às colinas a leste de Betel, onde armou acampamento, tendo Betel a oeste e Ai a leste. Construiu ali um altar dedicado ao Senhor e invocou o nome do Senhor. Gênesis 12:8

Não temos detalhes sobre o altar e o que ele fez sobre ele, mas o importante é que não era um altar dedicado a nenhum dos deuses cananitas e nem dos caldeus, era dedicado exclusivamente ao seu novo e vivo Deus.

Ele invocou o nome do Eterno. Pois bem, qual foi esse nome?

Teria o Eterno revelado o seu nome a Abrão e ele não contou para ninguém mais?

Considerando que muitas pessoas chegam a idolatrar nomes, vamos entender o que são nomes.

Os nomes são palavras do nosso vocabulário que usamos para identificar uma pessoa ou coisa, portanto, a pessoa é mais importante do que o seu nome, mas quando citamos o nome sabemos a quem estamos nos referindo.

Então qual teria sido o nome que Abrão usou? Impossível saber.

O certo é que ele usou um nome que identificasse o ser que falou com ele.

Mas o nome do Eterno não foi dado a Moisés no deserto? Seria mesmo o nome do Eterno?

Pois bem! Vamos arrazoar!


Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-poderoso (El Shaday), mas pelo meu nome, o Senhor (Yud He Vav He), não me revelei a eles. Êxodo 6:3

E ainda devemos levar em conta que nem Abrão, nem Isaque e nem Jacó falavam o hebraico que ainda não existia.

Teria o Eterno um nome no seu reino que fosse usado pelos seres angelicais? Precisaria ter? Ele poderia ser confundido com algum desses seres? Fala-se hebraico no Reino do Eterno? Pela minha lógica não.


Então o que foi dado a Moisés? Ele disse;

Moisés perguntou: "Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?"

Disse Deus a Moisés: "Eu Sou o que Sou (Ehyeh Asher Ehyeh). É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou (Ehyeh) me enviou a vocês". Êxodo 3:13,14

Consideremos também, Moisés ainda não falava hebraico (essa língua ainda não existia), ou lhe foi falado em egípcio, ou na língua dos midianitas, consequentemente YHVH é uma tradução posterior para o hebraico, então esse é o nome do Eterno?
Pode ser considerado nome, mas é antes de tudo uma declaração de quem Ele era, não importa se em hebraico, egípcio ou uma outra língua qualquer, o que importa é que quando citamos o nome saibamos a quem estamos nos referindo, essas doutrinas de hipervalorização do nome em hebraico são falsas. A língua humana não é divina, tanto que hoje em dia se falam mais de sete mil línguas no mundo, fora as que já foram extintas.



Abrão perambulou pelas terras de Canaã com as suas ovelhas e servos, até que uma seca assolou a região, momento em que ele se refugiou no Egito.

Ele ainda estava no processo de aprendizagem no tocante à confiança no Eterno para resolver suas demandas, e assim agiu como uma pessoa qualquer quando temeu pela sua vida em uma situação hipotética;

Quando os egípcios a virem, dirão: ‘Esta é a mulher dele’. E me matarão, mas deixarão você viva.

Diga que é minha irmã, para que me tratem bem por amor a você e minha vida seja poupada por sua causa". Gênesis 12:12,13

Essa atitude lhe rendeu grande constrangimento, mas aos poucos ele foi aprendendo a não duvidar do Eterno quando viu o livramento miraculoso que passou a fazer parte da sua história.


O seu rebanho aumentou, soube negociar com os habitantes da terra e prosperou;

Saiu, pois, Abrão do Egito e foi para o Negueve, com sua mulher e com tudo o que possuía, e Ló foi com ele.

Abrão tinha enriquecido muito, tanto em gado como em prata e ouro. Gênesis 13:1,2

Mas como o seu sobrinho Lot também cresceu muito, precisaram se separar.


Agora estava como o Eterno queria, ele só com sua esposa em uma terra que foi prometida para ele;

Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se separou dele: "De onde você está, olhe para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste:

Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para sempre. Gênesis 13:14,15

Pois bem, muitas pessoas não reconhecem o direito de Israel de ter a posse dessas terras hoje em dia, mas o direito foi dado pelo Criador de toda Terra, então ninguém poderá contestá-la.


Lot escolheu viver no vale do Jordão devido ser uma região fértil e bela naquela época, mas não levou em conta que se envolveria com um povo extremamente perverso e pecador contra o Eterno.

Por essa escolha cedo começou a ter problemas amargos;

Os vencedores saquearam todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento, e partiram.

Levaram também Lot, sobrinho de Abrão, e os bens que ele possuía, visto que morava em Sodoma. Gênesis 14:11,12

Em uma guerra de quatro reis contra cinco, Sodoma e Gomorra perderam, e no saque, conforme Abrão foi informado, o seu sobrinho foi sequestrado, implicando em que Abrão tivesse que agir para resgatar o seu parente.

Com um exército que ele reuniu entre os seus servos, ele venceu os reis que sequestraram Sodoma e trouxe de volta todos os que foram aprisionados pelos inimigos, seu sobrinho e todos os seus bens.


Nessa oportunidade Abrão teve um encontro com o misterioso rei de Salem, Melquisedeque, que o abençoou;

E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos". E Abrão lhe deu o dízimo de tudo. Gênesis 14:20

Não há registro, até essa altura, que o Eterno houvesse determinado regras sobre o dízimo, mas parece que havia um consenso de que era uma forma de honrar ao Deus criador. Sendo esse rei sacerdote do mesmo Deus que Abrão conhecia, ele foi grato pela vitória no resgate dos sodomitas junto com o seu sobrinho dizimando de todos os bens recuperados, fossem animais ou riquezas.


Depois dessas coisas Abrão teve a maior de todas as experiências;

Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: "Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las". E prosseguiu: "Assim será a sua descendência".

Abrão creu no Eterno, e isso lhe foi creditado como justiça. Gênesis 15:5,6

Pelo conjunto das palavras que lhe foram ditas desde a sua saída de Ur, Abrão já teve experiência suficiente para crer com firmeza de que ele teria descendentes que herdariam tudo o que havia sido prometido, mesmo que ainda não entendesse como as coisas ocorreriam.


A falta de entendimento de como o Eterno faria para cumprir a promessa de um filho, levou Abrão a se precipitar e tentar resolver de forma humana, conforme a sua conclusão, isso levou a que gerasse um filho com a serva de Sarai;

Hagar teve um filho de Abrão, e este lhe deu o nome de Ismael.

Abrão estava com oitenta e seis anos de idade quando Hagar lhe deu Ismael. Gênesis 16:15,16

Mais uma vez Abrão aprendeu uma lição. Apesar de ele crer nas promessas, não somos nós que as faremos se cumprirem, devemos deixar que o que o Eterno prometeu Ele vai cumprir independentemente de nós fazermos alguma coisa ou não.

A sua confiança estava crescendo cada vez mais.


Passados mais treze anos, Abrão agora com noventa e nove anos, o Eterno aparece novamente a ele e garante que chegou a hora de ele ter o filho tão aguardado;

"De minha parte, esta é a minha aliança com você. Você será o pai de muitas nações.

Não será mais chamado Abrão; seu nome será Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações.

Eu o tornarei extremamente prolífero; de você farei nações e de você procederão reis. Gênesis 17:4-6

Agora o Eterno muda o seu nome, porque fica mais identificado com o que ele se tornou. Depois de noventa e nove anos ele precisa se acostumar com um novo nome, Abraão, que significa Pai de muitos.

Lhe é garantido que Sarai (Zombaria), que também recebeu um novo nome passando a ser chamada de Sara (Princesa), seria mãe aos noventa anos de idade.


Uma outra aliança foi estabelecida com Abraão nesta oportunidade;

Esta é a minha aliança com você e com os seus descendentes, aliança que terá que ser guardada: Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados na carne.

Terão que fazer essa marca, que será o sinal da aliança entre mim e vocês. Gênesis 17:10,11

Fica claro neste texto que essa aliança está restrita à família de Abraão e às pessoas que estavam ao seu serviço.

Isso é feito por Abraão em si mesmo, em seu filho Ismael e em todos os servos.


Passado não muito tempo;

O Senhor apareceu a Abraão perto dos carvalhos de Manre, quando ele estava sentado à entrada de sua tenda, na hora mais quente do dia.

Abraão ergueu os olhos e viu três homens em pé, a pouca distância. Quando os viu, saiu da entrada de sua tenda, correu ao encontro deles e curvou-se até ao chão. Gênesis 18:1,2

Aos olhos de Abraão, o Eterno fez uma aparição física, junto com mais dois anjos e conversou com ele.

Foi reiterada a promessa do nascimento de Isaque garantindo que na próxima primavera ele teria um filho com Sara.

Nessa oportunidade também o Eterno lhe falou sobre o destino das cidades do vale onde Lot morava. Mais uma vez o sobrinho de Abraão sofre as consequências da sua escolha em habitar no meio de um povo ímpio, com a destruição dessas cidades. Lot perde a esposa e todos os seus bens.


Finalmente cumpriu-se a promessa feita de Abraão ter um filho com Sara;

Sara engravidou e deu um filho a Abraão em sua velhice, na época fixada por Deus em sua promessa.

Abraão deu o nome de Isaque ao filho que Sara lhe dera. Gênesis 21:2,3

Com cem anos de idade Abraão experimentou um grande milagre, mas ao mesmo tempo que a alegria da vinda dessa criança era comemorada, ele precisou dispensar o seu primeiro filho, Ismael, porque o Eterno definiu que o herdeiro da promessa seria aquele que nasceria de sua esposa Sara.


As provações na vida de Abraão ainda não tinham acabado, ele passou um longo tempo errando e aprendendo, mas a sua confiança no Eterno só cresceu;

Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão! " Ele respondeu: "Eis-me aqui".

Então disse Deus: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei". Gênesis 22:1,2

Sem dúvida essa foi a maior e mais dura prova de confiança que Abraão passou e só foi possível vence-la depois de superar todas as outras provas.

Ele já sabia que tudo o que o Eterno mandasse ele precisaria obedecer sem discutir, ele sabia que o Eterno sempre sabe o que é melhor para ele, ele aprendeu que o Eterno tem poder para fazer o impossível, ele aprendeu que mesmo o que parece errado aos seus olhos sempre dará certo se vier do seu Deus e aprendeu que se o Eterno prometeu Ele cumpre, então sacrificar o seu filho era algo que ele não entendia, parecia errado porque ele era o filho da promessa, mas ele entendeu que “se o Eterno quer me provar, então eu serei provado” e não hesitou.


Enfim Sara deixa Abraão aos cento e vinte e sete anos de idade;

Sara viveu cento e vinte e sete anos e morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, em Canaã; e Abraão foi lamentar e chorar por ela. Gênesis 23:1,2

Ele comprou um campo para sepultar a sua esposa que foi a primeira propriedade permanente de Abraão e sua descendência.


Já com a idade avançada Abraão se preocupou com a sequência da sua descendência e não desejava que a cultura canaanita entrasse na sua família, por isso enviou o seu servo de confiança para procurar uma esposa para o filho;

e jure pelo Senhor, o Deus dos céus e o Deus da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais estou vivendo, mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaque". Gênesis 24:3,4

Assim Eliezer trouxe Rebeca para ser esposa de Isaque.


Mesmo com cento e trinta e sete anos Abraão se casa novamente e gera mais filhos;

Abraão casou-se com outra mulher, chamada Quetura.

Ela lhe deu os seguintes filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Gênesis 25:1,2

Seus filhos também formaram nações, sendo que alguns deles vieram a ser problemas para a futura nação de Israel.


Chegado o tempo, morreu também Abraão;

Abraão viveu cento e setenta e cinco anos.

Morreu em boa velhice, em idade bem avançada, e foi reunido aos seus antepassados. Gênesis 25:7,8

Abraão teve uma longa vida, repleta de experiências com o Eterno.

Algumas vezes ele errou como um ser humano, mas no que ele acertou serve de um grande exemplo para nós.


A vida de Abraão foi tão especial que após séculos ainda é atual, conforme Shaul escreve em sua carta;

Portanto, que diremos do nosso antepassado Abraão?

Se de fato Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus.

Que diz a Escritura? "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça".

Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida.

Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça.

Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados.

Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa".

Destina-se esta felicidade apenas aos circuncisos ou também aos incircuncisos? Já dissemos que, no caso de Abraão, a fé lhe foi creditada como justiça.

Sob quais circunstâncias? Antes ou depois de ter sido circuncidado? Não foi depois, mas antes!

Assim ele recebeu a circuncisão como sinal, como selo da justiça que ele tinha pela fé, quando ainda não fora circuncidado. Portanto, ele é o pai de todos os que creem, sem terem sido circuncidados, a fim de que a justiça fosse creditada também a eles; e é igualmente o pai dos circuncisos que não somente são circuncisos, mas também andam nos passos da fé que teve nosso pai Abraão antes de passar pela circuncisão.

Não foi mediante a lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria o herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé.

Pois se os que vivem pela lei são herdeiros, a fé não tem valor, e a promessa é inútil; porque a lei produz a ira. E onde não há lei, não há transgressão.

Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós.

Como está escrito: "Eu o constituí pai de muitas nações". Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se existissem.

Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: "Assim será a sua descendência".

Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade. Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido.

Em consequência, "isso lhe foi também creditado como justiça".

As palavras "lhe foi creditado" não foram escritas apenas para ele, mas também para nós, a quem Deus creditará justiça, para nós, que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Yeshua, nosso Senhor. Romanos 4:1-24

Somos tão humanos quanto Abraão foi, podemos errar da mesma forma, mas o acertar na confiança só aqueles que entenderem o que foi que o patriarca aprendeu tendo as suas próprias experiências. Aprenda a confiar mesmo que tudo à sua volta parecer caótico, se vencer essas provas saiba que o Eterno terá prazer na sua vida.

Escrito por

Rosh Gilberto Branco

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