Gematria

05/03/2021
Por Rosh Gilberto Branco

Tempo de leitura: minutos


Gemátria “gue-mátria” ( hebraico: גמטריא ou gimátria גימטריה, plural גמטראות ou גמטריאות, gematriot).


O que é gemátria?

Numerologia hebraica e os segredos da Torá.


Gemátria é um sistema numerológico pelo qual as letras hebraicas correspondem a números. Esse sistema, desenvolvido por praticantes da kabalá (misticismo judaico), derivou da influência grega e se tornou uma ferramenta para interpretar textos bíblicos.


Na gemátria, cada letra hebraica é representada por um número (por exemplo, aleph = 1, beit = 2, etc.). Pode-se então calcular o valor numérico de uma palavra somando os valores de cada letra nela. No reino da interpretação kabalista da Torá, os comentaristas baseiam um argumento na equivalência numerológica das palavras. Se o valor numérico de uma palavra for igual ao de outra palavra, um comentarista pode fazer uma conexão entre essas duas palavras e os versos em que aparecem e usar isso para provar conclusões conceituais maiores.

Sistemas similares ao kabalista judaico foram identificados entre os babilônios, assírios e gregos.


Um exemplo bem conhecido de gemátria hebraica é a palavra חי chai ("vida"), que é composta de duas letras que (usando as atribuições na tabela Mispar gadol ) somam 18. Isso tornou o 18 um " número sortudo" entre o povo judeu. Presentes em dinheiro em múltiplos de 18 são muito populares.


Etimologia

Embora o termo seja hebraico, pode ser derivado do grego γεωμετρία geōmetriā, "geometria", que foi usado como uma tradução de gēmaṭriyā, embora alguns estudiosos acreditem que derive do grego γραμματεια grammateia "conhecimento da escrita" de onde o português tem a palavra “gramática”. É provável que ambas as palavras gregas tenham influenciado a formação da palavra hebraica. Alguns também afirmam que ela deriva da ordem do alfabeto grego, sendo gama a terceira letra do alfabeto grego.


A palavra existe em português pelo menos desde o Século XVII, a partir de traduções de obras de Giovanni Pico della Mirandola. Embora ostensivamente derivado da isopsefia grega, é amplamente usado em textos judaicos, principalmente naqueles associados à Kabalá. O termo não aparece na própria Bíblia Hebraica.


Isopsefia (ἴσος isos, em grego, significa "igual" e ψῆφος psephos significa "pedregulho") é a palavra grega para a antiga prática de juntar os valores numéricos das letras de uma palavra para formar um único número. Os gregos mais antigos usavam arranjos de pedregulhos (ou seixos) para estudar aritmética e geometria.


História

O primeiro uso documentado de gemátria é de uma inscrição assíria datada do século 8 AEC, encomendada por Sargão II. Nesta inscrição, Sargão II declara: "o rei construiu a muralha de Khorsabad com 16.283 côvados de comprimento para corresponder ao valor numérico de seu nome."


Embora alguns estudiosos levantem a possibilidade de que a gemátria poderia ter sido usada na Bíblia Hebraica, não há exemplos aceitos. No Novo Testamento, muitos historiadores veem a gemátria por trás da referência ao número do nome da besta no Apocalipse como "666", que corresponde ao equivalente numérico dos caracteres gregos por trás do nome "Nero César", referindo-se ao primeiro imperador romano do Século I que perseguiu os primeiros messiânicos. Por outro lado, foi mais recentemente sugerido que o uso de 666 no Apocalipse remonta à referência ao recebimento de 666 talentos de ouro por Salomão em 1 Reis 10:14.


Alguns identificam duas formas de gemátria: a forma "revelada", que prevalece em muitos métodos hermenêuticos encontrados em toda a literatura rabínica, e a forma "mística", uma prática amplamente cabalística. Algumas ocorrências de gemátria em árabe, espanhol e grego, escritas com as letras hebraicas, são mencionadas nas obras de Abraham Abulafia; alguns rabinos hassídicos também o usavam, embora raramente, para o Yídiche.


Quem acredita na Gemátria?

Embora a gemátria fosse usada periodicamente no Talmud e no Midrash, não era fundamental para a literatura rabínica. Os rabinos ocasionalmente empregavam gemátria para ajudar a apoiar a exegese bíblica, mas não dependiam muito dela. Eles investiram muito mais no uso de raciocínio lógico e argumentação para apoiar suas posições.

No entanto, a gemátria é essencial para a kabalá, a tradição mística judaica. A própria base do sistema cosmológico kabalístico repousa na crença de que Deus criou o universo por meio do poder das letras hebraicas junto com seus valores numéricos. Na verdade, os muitos nomes de Deus e suas permutações na kabalá têm valores numéricos que se acredita conterem um grande poder.


Alguns rabinos usam o texto abaixo para justificarem a base bíblica para o seu uso.

'Desvenda meus olhos para que eu possa perceber as extraordinárias maravilhas ocultas em Tua Torá'. (Salmo 119:18)


Segundo os rabinos kabalistas, os seus mestres ensinam que há quatro níveis de interpretação no estudo da Torá. O primeiro nível, Pshat, é o significado literal do Texto Sagrado. O segundo nível, Remez, é o significado figurativo, o ensinamento insinuado, contido em cada uma das palavras e dos versos dos Cinco Livros de Moisés. O terceiro nível, Drash, é o significado interpretativo e homilético - o ensinamento moral e filosófico que a Torá visa transmitir. Por fim, o quarto nível e o mais profundo é chamado de Sod, segredo - é o significado esotérico e místico das palavras da Torá, popularmente chamado de kabalá (recebimento). Pshat, Remez, Drash e Sod formam um acróstico em hebraico, a palavra Pardês, que significa "Pomar". Pois estudar a Torá em seus quatro níveis significa adentrar-se pelo "Pomar de D'us", ou seja, no Paraíso.


Com todas estas informações, fico abismado como pessoas que dizer ser cheias do Espírito do Eterno se deixam atrair e se encantam com a possibilidade de poderem interpretar as Escrituras usando o método aqui exposto.

Alguns poderão argumentar que o método funciona, que a numerologia permite descobrir coisas profundas e mistérios de Deus.

Irmãos, acordem! Satã é sedutor, enganador e poderoso!

O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. 1 Timóteo 4:1


Sabemos que vivemos num tempo em que a cultura judaica tem influenciado algumas pessoas do meio cristão, muitos falsos mestres têm surgido e estão influenciando milhares de crentes, e muitos tem sido seriamente prejudicados com isso.

Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Yeshua haMashiach e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro. 1 Timóteo 6:3-5


O método mais seguro de conhecimento das Escrituras é pela inspiração dada pelo Ruach haKodesh.

Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse. João 14:26


Fiquem sempre alertas irmãos, vivemos numa época cheia de modismos e novidades que atraem muitos para o erro, não seja uma dessas pessoas.

Tudo aquilo que não for fundamentado na Torá é falso e mentiroso, sabemos que satã é o pai da mentira, donde concluímos que todas essas doutrinas são de raiz maligna.

Vocês todos são filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas.

Portanto, não durmamos como os demais, mas estejamos atentos e sejamos sóbrios; pois os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite.

Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo a couraça da fé e do amor e o capacete da esperança da salvação.

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Yeshua haMashiach. 1 Tessalonicenses 5:5-9


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