Como celebramos Sukot

25/09/2020
Por Rosh Gilberto Branco

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Disse o Eterno a Moisés:

"Diga ainda aos israelitas: No décimo quinto dia deste sétimo mês começa a Festa de Sukot do Senhor, que dura sete dias.

No primeiro dia haverá reunião sagrada; não realizem trabalho algum.

Durante sete dias apresentem ao Senhor ofertas preparadas no fogo, e no oitavo dia façam outra reunião sagrada, e também apresentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo. É reunião solene; não realizem trabalho algum.

(Estas são as festas fixas do Senhor, que vocês proclamarão como reuniões sagradas para trazerem ao Senhor ofertas preparadas no fogo, holocaustos e ofertas de cereal, sacrifícios e ofertas derramadas exigidas para cada dia. Isso fora as do sábado do Senhor e fora as dádivas e votos de vocês, e todas as ofertas voluntárias que vocês derem ao Senhor.)

"Assim, começando no décimo quinto dia do sétimo mês, depois de terem colhido o que a terra produziu, comemorem a festa do Senhor durante sete dias; o primeiro dia e também o oitavo serão dias de descanso.

No primeiro dia vocês apanharão os melhores frutos das árvores, folhagem de tamareira, galhos frondosos e salgueiros, e se alegrarão perante o Senhor, o Deus de vocês, durante sete dias.

Comemorem essa festa do Senhor durante sete dias todos os anos. Este é um decreto perpétuo para as suas gerações; comemorem-na no sétimo mês.

Morem em sukot durante sete dias; todos os israelitas de nascimento morarão em tendas, para que os descendentes de vocês saibam que eu fiz os israelitas morarem em tendas quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês".

Assim anunciou Moisés aos israelitas as festas fixas do Senhor. Levítico 23:33-44

 

A festa de sukot encerra as três grandes celebrações do mês de Tishrei.

Como nos outros dias, o nome da festa diz qual é o seu propósito. Essencialmente ela tem significado duplo, o primeiro se relaciona com a colheita de outono. Conforme o texto de Levítico ensina, ela é celebrada ao fim da colheita. Em outras palavras, quase como um “dia de ação de graças judaico”.

O segundo significado da festa é encontrado na ordenança de habitar em tenda (suká) como um memorial da experiência de Israel no deserto.

Assim, em obediência ao Eterno, nós devemos atentar em celebrar esta festa da maneira mais correta possível.

Antes do dia 15 de Thisrei, todos os que puderem, devem montar em suas residências uma suká.

Tradicionalmente as sukot são feitas de forma rústica, as paredes devem ser fortes o suficiente para suportar um teto feito com cobertura de folhas.

Deve-se pelo menos tomar as refeições sob a suká.

Conforme as instruções da Torá, deve-se providenciar um feixe composto por uma folha de palmeira (preferencialmente um broto em formação), um ramo de salgueiro (chorão), um galho de planta cheia de folhas e um etrog (fruto de um tipo de cidra do oriente médio), ou limão siciliano. Esse feixe costuma ser chamado de LULAV. A Torá não explica a razão do lulav.

No primeiro dia o lulav será movido diante do Eterno.

O judaísmo rabínico dá muitas explicações baseadas na tradição, talmude e até na kabalá, mas geralmente não tem base na Torá.

Já no contexto messiânico, temos muitas coisas a considerar.

1- O aspecto agrícola da festa nos remete à provisão que o Eterno nos garante como Deus provedor de nossas necessidades físicas, e a necessidade que temos de sermos gratos por isso.

2- O texto de Lv 23 diz que o lulav deve ser usado para celebrar na presença de Adonai, esse feixe mostra a abundância vegetal e a vida na terra de Israel, nós podemos associar a vida à celebração.

3- Já o fazer a suká nos remete a outras considerações, como associarmos a construção de uma habitação rústica e frágil, como a usada no deserto, à nossa própria constituição, pois somos habitantes de um corpo frágil e provisório, pois um dia o deixaremos para termos uma habitação permanente.

4- Lembramos também que Yeshua tabernaculou (acampou, habitou temporariamente) entre nós conforme João 1.14. A palavra (que já existia) se tornou carne tabernaculando e depois a deixou e partiu para nos aguardar.

Um outro ponto interessante é que alguns estudiosos tem associado a época de sukot ao nascimento de Yeshua. Eu mesmo não seria tão assertivo nessa afirmação, mas tenho convicção de que foi neste sétimo mês, pois temos algumas inferências que nos levam nessa direção.

Vejamos:

1- Lucas 1.5 Houve nos dias do Rei Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias; e sua mulher era descendente de Arão, e chamava-se Isabel.

Note que era da turma de Abias...

2- Crônicas 24.10 a sétima a Hacoz, a oitava a Abias,

Assim, as 24 turmas deveriam realizar o serviço sacerdotal de dois em dois a cada mês.

Se Abias era a oitava turma, o seu serviço seria no mês de TAMUZ, o quarto mês (aproximadamente JULHO).

Nesta época Yochanan (João) foi concebido. (Lucas 1.24)

Em Lucas 1.26 Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,

A concepção de Yeshua foi no mês de TEVET (aproximadamente JANEIRO)

Mais nove meses da sua gestação, e Ele nasce no mês de TISHRI (aproximadamente SETEMBRO), época de Yom Kipur e época de Sukot, o que é bastante significativo.

Não podemos precisar o dia (aprouve ao Eterno não nos revelar), mas a época nos foi dado a saber.

 

Não significa de forma nenhuma que devamos procurar celebrar o natalício de Yeshua em setembro, mas com certeza, não devemos celebrá-la em dezembro.

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Rosh Gilberto Branco

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