Um livro aberto com textos em hebraico e a borda de um talit cobrindo parte do livro

Carta aos Hebreus - Parte 5

08/10/2022
Por Rosh Gilberto Branco

Tempo de leitura: minutos


Dando sequência ao estudo da carta aos hebreus, começaremos a meditar a partir do capítulo nove;

Ora, a primeira aliança tinha regras para a adoração e também um tabernáculo terreno.

Foi levantado um tabernáculo; na parte da frente, chamada Lugar Santo, estavam o candelabro, a mesa e os pães da Presença.

Por trás do segundo véu havia a parte chamada Santo dos Santos, onde se encontravam o altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, totalmente revestida de ouro. Nessa arca estavam o vaso de ouro contendo o maná, a vara de Arão que floresceu e as tábuas da aliança. Hebreus 9:1-4

Fica evidente que na primeira aliança elementos físicos eram necessários para que o povo tivesse algo palpável para ver e obedecer às ordenanças, assim mesmo quem não estava tão afeito a seguir o Eterno de perto teria facilidade para fazer tudo certo de forma que não comprometesse a sua imagem diante da sociedade da época, o julgamento da sinceridade ficaria por conta do Eterno.

O Tabernáculo tinha divisões, objetos sagrados, materiais valiosos e uma organização impecável. Tudo tinha o seu significado.


O autor sequer questiona o valor dessas coisas, mas também não irá se deter para explicar cada detalhe.

Acima da arca estavam os querubins da Glória, que com sua sombra cobriam a tampa da arca. A respeito dessas coisas não cabe agora falar detalhadamente.

Estando tudo assim preparado, os sacerdotes entravam regularmente no Lugar Santo do tabernáculo, para exercer o seu ministério. Hebreus 9:5,6

Toda aquela organização tinha a finalidade de suportar o ofício dos sacerdotes, que eram a razão da sua construção.

Somente os sacerdotes tinham acesso a quase todas as partes do templo, e somente eles poderiam realizar as cerimônias e atividades pertinentes ao tema espiritual da nação.


Mesmo entre os sacerdotes, que eram muitos, se destacava apenas um deles periodicamente para exercer o sacerdócio máximo diante do Criador;

No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.

Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Santo dos Santos enquanto ainda permanecia o primeiro tabernáculo.

Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa. Hebreus 9:7-9

Até mesmo esse sumo sacerdote, que além de outros critérios precisava ser descendente de Arão, necessitava realizar um ritual por si mesmo antes de oferecer qualquer sacrifício a outrem. Isso demonstrava com clareza que os sacerdotes humanos eram tão falíveis quanto os demais cidadãos de Israel, mas os sacrifícios ofertados sobre o altar, o acendimento dos incensários, o acendimento da menorá, os pães da presença colocados sobre a mesa e todos os outros serviços tinham que ser feitos por pessoas autorizadas e purificadas.

Agora, para entrar no Santo dos santos, ou lugar santíssimo, ninguém poderia entrar fora do dia anual previsto, e somente o sumo sacerdote depois da sua purificação.

Toda essa solenidade despertava o respeito por parte do povo e consequente obediência aos princípios divinos, mas o caminho para uma consciência realmente limpa não era uma realidade por meios falíveis.


Como eram feitas as ofertas ao Eterno?

Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem.

Quando o Messias veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação.

Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Hebreus 9:10-12

Rituais com alimentos (animais sacrificados, cereais e azeite), bebidas (vinho) e água eram o cerne dos sacrifícios, mas eram apenas sombras, meros símbolos, mas o Messias alcançou a liberação total do acesso ao santuário perfeito do outro mundo que não tem nada a ver com este, com o seu próprio sangue alcançou o que nenhum sacerdote anterior havia conseguido, um perdão definitivo.


O que se alcançava na primeira aliança era parcial;

Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue do Messias, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! Hebreus 9:13,14

Veja-se que a primeira aliança tinha valor, pois estar cerimonialmente impuro implicava em não poder participar de coisas que o Eterno havia ordenado a Israel para cumprir, portanto, o sacrifício de animais era adequado para que se cumprisse as normas relativas à purificação cerimonial, porém não eram suficientes para uma redenção completa, porém entende-se que os que confiavam no perdão ficavam com um “crédito” para quando o Messias completasse a redenção.


Este conceito não era ausente na Torá, mas somente agora pôde ser compreendido na sua inteireza;

Por essa razão, o Messias é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança. Hebreus 9:15

A primeira aliança ainda aponta o pecado, continua com a sua função primária, já Yeshua trouxe a aliança do resgate que só Ele pode fazer.

Os chamados agora não têm uma herança terrena, mas uma herança eterna no reino do Eterno.


Yeshua deixou um legado com a sua morte;

No caso de um testamento, é necessário que comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo aquele que o fez.

Por isso, nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue.

Quando Moisés terminou de proclamar todos os mandamentos da Torá a todo o povo, levou sangue de novilhos e de bodes, juntamente com água, lã vermelha e ramos de hissopo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo, dizendo:

"Este é o sangue da aliança que Deus ordenou que vocês obedeçam". Hebreus 9:16-20

O texto de Êxodo 24:8 confirma a validade e importância do sangue derramado como oferta ao Eterno.

Hoje em dia existe um pensamento de relativização do valor do sangue na Torá querendo dizer que a Torá não diz o que diz, mas é certo que as nossas opiniões não mudam a verdade do Eterno, é Ele quem diz o que é e o que não é.


O autor continua descrevendo;

Da mesma forma, aspergiu com o sangue o tabernáculo e todos os utensílios das suas cerimônias.

De fato, segundo a Torá, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão. Hebreus 9:21,22

Ele entendeu corretamente o que já era de conhecimento de todo judeu de sua época.

Se o sacrifício de sangue não tivesse grande valor, qual seria a necessidade dos sacerdotes? Bastaria que qualquer pessoa pudesse ensinar a Torá, mas o sacrifício somente eles poderiam fazer.


Chegamos agora a um texto importante, mas muito mal compreendido;

Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores.

Pois o Messias não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; ele entrou no próprio céu, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor; não, porém, para se oferecer repetidas vezes à semelhança do sumo sacerdote que entra no Santo dos Santos todos os anos, com sangue alheio. Hebreus 9:23-25

Usemos a razão e a lógica da Torá, não a humana.

Vejamos, o Tabernáculo foi feito baseado no que foi mostrado a Moisés, isso é fato.

Pensemos, as coisas celestiais são espirituais, portanto, não tem nada em comum com as coisas materiais como temos a tendência de imaginar. O próprio texto cita que tudo do santuário feito no deserto e a sua versão feita em Jerusalém foram uma representação do verdadeiro, o que nos induz a entender que o modelo mostrado a Moisés foi a representação que o Eterno desejava que fosse feito e não a imagem real do que existe, o que seria impossível de ser copiada pelos homens.

Existe um certo movimento religioso que está fundamentado na ideia de que em certa data do Século XIX Yeshua entrou no santuário celeste para purificá-lo, tentando assim justificar o fiasco do evento imaginado por um pregador da época que alegou que a volta o Messias seria em uma determinada data que não se cumpriu, querendo então dizer que o que se cumpriu na época foi o que está escrito na Carta aos Hebreus, portanto invisível aos olhos humanos.

Raciocinemos também, será que existe algo a ser purificado no céu?

Existiria algo impuro no ambiente onde mora o Eterno e os seres angelicais?

Iria o Eterno descrever algo profético que se desenrolaria fora das nossas vistas, portanto não confirmável? Teria algum precedente?

Certamente a resposta será não.

Então a que se refere o texto acima?

Entendo que a única coisa que contém impurezas no Reino do Eterno é o registro das nossas vidas, consequentemente dos nossos pecados, e sim, foi lá que o sacrifício de Yeshua foi validado para a nossa justificação, pois Yeshua foi se apresentar diante do Criador em nosso favor tendo cumprido todo o projeto de redenção idealizado antes da fundação do mundo. Não para purificar o santuário, mas para remover os pecados de todos os salvos com um único sacrifício.


Isso é confirmado no texto;

Se assim fosse, o Messias precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo. Hebreus 9:26

Se o sacrifício de Yeshua tivesse o mesmo peso que o sacrifício de animais, ele precisaria repetir a crucificação inúmeras vezes, mas o sangue do Messias é poderoso para dar fim total no pecado sem nenhuma repetição.


Além do cumprimento total da antiga profecia, ainda confirma outra;

Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também o Messias foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam. Hebreus 9:27,28

Este texto, juntamente com outros, deixa bem claro que a morte do homem tem uma sequência imutável, desmascarando totalmente a ideia de que é possível ter uma nova vida depois de terminar a única que temos, e essa sequência implica em ressuscitarmos não para voltar à antiga vida mortal, mas para a vida eterna reservada a todos os salvos.


Vamos ver agora o capítulo 10;

A Torá traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar. Hebreus 10:1

O autor não está de forma alguma diminuindo o valor da Torá, sem ela não teria sentido a vinda do Messias.

Na verdade, ela cumpre a função indispensável de revelar ao homem quem ele é com todas as suas fraquezas, e quem é o Eterno com a sua santidade.

A Torá mostra que os sacrifícios eram importantes e necessários, porém temporários e incompletos, a própria repetição cíclica do sacrifício pelos pecados em cada Yom Kipur mostrava isso.


Uma necessidade de mudança de visão sobre a Torá se torna indispensável para o povo hebreu para que o significado dos sacrifícios de animais possa ser compreendido;

Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus pecados.

Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados. Hebreus 10:2-4

De fato, está claro que os sacrifícios não eram perfeitos, na realidade eram simbólicos, mas como o Messias ainda não tinha vindo, como poderiam resolver a sua situação diante do Eterno?

De fato, nem um rebanho inteiro de animais valeria a vida de um único ser humano.

Quando ofereciam as suas ofertas pelo pecado, havia, o que poderíamos considerar, como uma promissória ou atestado de perdão completo a ser validada na redenção pelo sangue do Cordeiro de Deus. Só que essa promissória valia apenas para o pecado pela qual ela foi emitida, não valendo para outras transgressões, se houvesse uma nova transgressão então um novo sacrifício deveria ser realizado. Esse era o recurso que as pessoas tinham antes da vinda do Messias.


Yeshua fez esta declaração;

Por isso, quando o Messias veio ao mundo, disse: "Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste".

Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Hebreus 10:5-7

Por serem simbólicos, não era isso que agradava ao Eterno, importavam mais as intensões do que a realização dos sacrifícios em si. No livro de Isaías esse tema está bem explanado.

Para valer de forma certa, o Eterno preparou um corpo adequado para ter o valor necessário para que um único sacrifício pudesse pagar por todos os pecados a serem registrados pela humanidade, ainda que somente uma parte deles viesse a ser validado, pois é do conhecimento do Eterno que não serão todos os seres humanos que buscarão a redenção.


Repete-se a frase;

Primeiro ele disse: "Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste" (os quais eram feitos conforme a Torá).

Então acrescentou: "Aqui estou; vim para fazer a tua vontade". Ele cancela o primeiro para estabelecer o segundo. Hebreus 10:8,9

Conforme todo o contexto da Torá, Yeshua não disse que anularia a Torá, mas que o que era provisório tornou-se desnecessário por ter o definitivo entrado em vigor, assim o provisório se cumpre no efetivo, a necessidade do sangue para a redenção continua ativa.


O autor procurou deixar esse assunto cada vez mais claro;

Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Yeshua o Messias, oferecido uma vez por todas.

Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados. Hebreus 10:10,11

Em contraste ao sacrifício de Yeshua, que foi em dose única para a limpeza da nossa alma, os sacrifícios dos koanim não alcançavam o alvo do perdão pleno.


Mostra-se um grande diferencial;

Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus.

Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. Hebreus 10:12-14

O que jamais algum sacerdote levita alcançou, Yeshua vivenciou, sentou-se à direita do Eterno, lugar inacessível a qualquer humano, mas reservado ao Messias.


Aqui está um grande segredo da salvação que foi revelado;

O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz:

"Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei a minha Torá em seus corações e as escreverei em suas mentes"; e acrescenta: "Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais". Hebreus 10:15-17

Como está registrado na Bessorá de João, o Ruach haKodesh nos ensinará e dará entendimento sobre a Torá, ela definirá as nossas emoções e estará clara no nosso entendimento e memória.

E diferentemente do que era alcançado na primeira aliança em que os pecados estavam apenas potencialmente perdoados, mesmo os antigos que ofereceram ofertas de animais e agora tiveram validadas a sua redenção, juntamente com os alcançados na nova aliança, tem a garantia da destruição de qualquer culpa que possa ter existido. As promissórias foram rasgadas.


Uma nova conclusão que os israelitas precisam conhecer;

Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado.

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Yeshua, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Hebreus 10:18-20

O lugar santíssimo do templo que foi mostrado para Moisés era reservado somente para o sumo sacerdote uma vez por ano, mas o santuário celeste, muito mais sagrado, está disponível para nós porque o véu representativo do templo foi removido com o partir do corpo do Messias, sendo representado pela cortina do santuário que se rasgou de cima abaixo no momento da morte de Yeshua.


Este conceito é fundamental para judeus e gentios;

Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus.

Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada e tendo os nossos corpos lavados com água pura.

Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. Hebreus 10:21-23

Já que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, não precisamos de nenhum outro sacerdote humano para nós, assim não é necessário um ritual qualquer para nos aproximarmos da plena comunhão com o Eterno, basta sermos decididos em sinceridade com toda a esperança que só tem os remidos por Yeshua.


Usando uma linguagem bem típica dos shaliachim (apóstolos) de Yeshua, o autor compreendeu bem a mensagem de Yeshua;

E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras.

Não deixemos de reunir-nos congregacionalmente, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.

Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. Hebreus 10:24-27

O convívio com os irmãos é o melhor ambiente para exercitarmos uma vida de filhos de Deus.

Hoje em dia vemos o surgimento de um pensamento de que as pessoas podem servir ao Eterno sem congregarem, ficando em casa ou apenas acompanhando pela Internet, algumas pessoas até estimulam outros a pensarem da mesma forma.

A alegação mais comum é que estão reagindo à corrupção das instituições, afirmam que pertencer a um grupo os expõe à manipulação da fé, exploração financeira e coisas semelhantes.

São argumentos muito fracos, pois onde possa eventualmente existir tais desvios só fica quem quiser e concordar, pois ou a congregação se une e afronta o pecado ou faz como muitos dos discípulos de Shaul fizeram quando perceberam que a sinagoga onde estavam não correspondia às suas expectativas, eles simplesmente saiam e procuravam outro lugar onde estivessem melhor, mas ficar sem congregar não era opção.

Só será prejudicado em um ambiente corrompido quem não gosta de tomar decisões e não pensa por si mesmo.

Esse pensamento acongregacional não é salutar, como comenta o escritor aos hebreus, precisamos nos relacionar, nos incentivarmos mutualmente, ajudarmo-nos uns aos outros, pois sem o exercício congregacional acontecem desvios e heresias, e ainda não exercitamos o amor e boas ações.

Os que se isolam tem a tendência de esfriarem espiritualmente e tendem a abandonar a fé. Quando isso ocorre é uma calamidade pessoal, a pessoa que abandona Yeshua em seu coração não volta atrás, não se arrepende, não será mais perdoado dos seus pecados e a expectativa do futuro é somente a certeza de juízo e de fogo daqueles que viram as costas para o Eterno.


Este esclarecimento é muito importante;

Quem rejeitava a Torá de Moisés morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas.

Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça?

Pois conhecemos aquele que disse: "A mim pertence a vingança; eu retribuirei"; e outra vez: "O Senhor julgará o seu povo".

Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo! Hebreus 10:28-31

No período após a Torá, várias transgressões eram punidas com apedrejamento, entre elas estava a blasfêmia e maledicência ao nome do Eterno, desde que houvessem duas ou três testemunhas, mas agora, quando o Ruach é o principal orientador espiritual na nossa vida, o que acontecerá com quem pisa no sangue de Yeshua?

Não é necessário o testemunho de ninguém, pois o próprio Criador será o juiz, e não há expectativa pior do que ser julgado como opositor daquele que foi ofendido depois de dar o seu melhor para o nosso bem e ser rejeitado.


Há um grande contraste nas nossas vidas depois que conhecemos a misericórdia do Eterno;

Lembrem-se dos primeiros dias, depois que vocês foram iluminados, quando suportaram muita luta e muito sofrimento.

Algumas vezes vocês foram expostos a insultos e tribulações; em outras ocasiões fizeram-se solidários com os que assim foram tratados.

Vocês se compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram alegremente o confisco dos próprios bens, pois sabiam que possuíam bens superiores e permanentes. Hebreus 10:32-34

Nos nossos primeiros dias depois que entendemos o que significa sermos perdoados pelo Eterno, costuma ser uma época de muita dedicação e gratidão pela nova vida que recebemos, suportamos muitas coisas, muitas falhas dos outros, porque sabíamos que as nossas falhas foram descartadas por Deus.


Como passar do tempo, podemos ter um arrefecimento da empolgação inicial, mas somos exortados a não aceitarmos isso tão facilmente;

Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada.

Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu; pois em breve, muito em breve "Aquele que vem virá, e não demorará. Hebreus 10:35-37

A demora aparente que fica no nosso entendimento é falsa, quando recebermos as promessas finais da nossa existência sentiremos que foi rápido.


Temos agora um grande esclarecimento;

Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele".

Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos. Hebreus 10:38,39

Algumas pessoas não entendem muito bem o que significa viver pela fé, alguns imaginam que viver pela fé é dedicar-se totalmente ao serviço religioso e tem expectativa de que será provido de tudo pelos outros irmãos, assim não trabalham e ficam de um lado para o outro pedindo contribuições para o seu sustento como um pedinte, mas a sua atividade religiosa é medíocre, não condizen7do com o verdadeiro chamado do Eterno. Isso não é viver pela fé, é viver pela fé dos outros que se esforçam e trabalham como prevê a Torá.

Não vou me estender sobre isso, porque os que o Eterno chama para viverem um ministério exclusivo não dependem de mendicância, mas o Eterno confirma o chamado com provisões seguras, e quando necessário a pessoa está disposta a trabalhar no que for necessário para angariar o próprio sustento como o fez o shaliach Shaul.

Viver pela fé é obrigação de todos os justificados por Yeshua, é a vida daqueles que sabem que vivem para servir ao seu Deus da melhor forma que puderem.

Essa é a característica dos que vão em frente, pois cremos e somos salvos.


Esta é a quinta parte do estudo da carta aos judeus messiânicos, acompanhem a próxima parte.

Escrito por

Rosh Gilberto Branco

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